Teclas pensadas entre finos e cigarros numa qualquer esplanada.

07/01/2011

Jornalismo Desportivo Português I

Na sequência da leitura do Jornal Record da passada terça-feira, dia 4 de Janeiro, resolvi que era chegado definitivamente o tempo de regressar a este espaço e abrir finalmente um espaço dedicado à espectacularidade do jornalismo desportivo.

A escrita jornalística desportiva portuguesa é, sem sombra de dúvida, a escrita mais criativa de todas. Capaz de colocar as metáforas de Saramago e a descrição queirosiana a um canto. A escrita jornalística desportiva portuguesa (sublinho desportiva e portuguesa) pavoneia-se nas bancas ostentando as notícias mais divertidas, encabeçadas pelos trocadilhos mais rebuscados do mundo. Todos, por mais desinteressados que sejamos da actualidade desportiva portuguesa, já começámos um dia qualquer com um sorriso na cara depois de passarmos por um quiosque e lermos qualquer coisa do género: “Moisés separa o mar de defesas encarnados para dar a vitória ao Braga”. Qualquer coisa deste género.

A edição da passada terça-feira era curisosa. Não era a mais rica em palermice de sempre. De todo. Não obstante, uma leitura cuidada permitia ao leitor atento reparar em duas notícias. Ambas divertidas. De formas diferentes, mas ambas muito divertidas. Veremos adiante. Nesse sentido, declaro solenemente aberta a rubrica Jornalismo Desportivo Português neste blog, em que serão premiadas as notícias mais divertidas, os títulos mais trabalhados, as notícias mais palermas, os respectivos autores e muito, muito mais. É com a convicção que este espaço será um sucesso que o inauguro, com a certeza de que, mais dia menos dia, será o motivo de uma celebração a acontecer no Pavilhão Atlântico (ou sala similar), entregando prémios nas categorias referidas e sendo alvo de análise na revista do ano que sempre nos entedia nos serviços noticiosos de Dezembro.


Eis as primeiras duas notícias merecedoras de destaque. Por motivos diferentes. Uma pelo seu título sugestivo, a outra pelo conteúdo em si. Sem mais demoras:

  • Prediger volta ao seu... Colón. (in Record).

Em jeito de nota esclarecedora, e iluminando o passado de Sebastián Prediger, informo que, antes de passear (pouquíssimo) a sua classe pelos relvados portugueses, Prediger jogou num clube que dá pelo nome de Club Atlético Colón, clube argentino com sede na cidade de Santa Fe. A notícia poderia ser perfeitamente normal, não fosse o autor colocar, de forma claramente prepositada e malandra, umas reticências antes do nome do clube para onde se transfere Prediger, sugerindo uma ideia que não consigo traduzir por palavras, mas conhecida de todos por este som.

  • Matraquilhos: Portugal no Mundial com sonho do 4.º lugar (In Record).

Já esta notícia não apresenta um título tão delicioso como a anterior, mas vale pelo conteúdo. Esta versava sobre, como o título sugere, o “sonho de trazer um resultado positivo do Mundial de Matraquilhos que se avizinha”, mas ainda da dificuldade de vencer “potências instaladas do mundo dos matraquilhos, como os Estados Unidos ou a França”. Hilariante.

Aproveito para desejar um bom ano a todos os três visitantes assíduos deste espaço.

Por hoje é tudo.