Teclas pensadas entre finos e cigarros numa qualquer esplanada.

05/12/2009

Viagens VI

Muse. Foi de longe o melhor concerto que tive oportunidade de ver.
Juntar toda a luz e cor da forma que se juntou naquele palco com aqueles músicos tornou dia 29 de Novembro à noite numa das mais memoráveis noites de sempre.
Muse não se parece com nada, não se encaixa em nada e creio que esse facto é que torna a sua música tão aplaudida transversalmente por várias gerações.

18/10/2009

Tenha um Óptimo Café Nicola

Um dia beijo-te a meio de uma frase.
Hoje é o dia!

Ou então não, mas gosto desta sabedoria de pacotinhos de açúcar.

25/09/2009

Coimbra III

Semana interessantíssima rodeado de boa gente, em clima de saudável convívio e um brinde a mais um ano. Venha o melhor dele e raios para os momentos menos bons.

10/09/2009

Viagens V e a Depressão Pós-Férias

O tempo passa, composto por momentos bons e momentos maus. Na escala de felicidade, os últimos dias atingiram níveis altíssimos, provocando uma óbvia apreensão em relação aos vindouros.

Roma é uma cidade milenar duas vezes. Caminhar em Roma é presenciar a História a cada passo, é imaginar os pés que mudaram o curso da História a pisar as mesmas pedras que pisamos, é sentir o Homem a desafiar as leis universais, a tentar a perfeição e a olhá-la cada vez mais olhos nos olhos. É passear no Colosseo e pensar nos milhares de pessoas que aí perderam a vida na busca do entretenimento macabro do Império Romano. É percorrer a Basílica de São Pedro pensar no poder de uma das maiores organizações mundiais com a sua fundação meramente baseada em crenças. É olhar para a Fontana di Trevi e experimentar os sentimentos que o simples som da água a cair pode provocar.

Roma com oito amigos é partilhar uma experência memorável. É combinar o convívio com as pessoas que mais nos dizem com tudo o que foi descrito atrás. É sentir tudo o que Roma sugere e poder partilhá-lo com os ouvidos mais dispostos a ouvi-lo. É compatibilizar nove sensibilidades diferentes num ambiente distinto do habitual e sair com um sorriso. É estar duas dezenas de horas em viagem e rir à gargalhada em vez de manifestar o cansaço com compreensível má-disposição. É marcarmo-nos uns aos outros para sempre. É escrever uma página da história das nossas vidas para sempre.

Por mais que os nossos caminhos divirjam no futuro, estes dias passados em estreitíssima convivência vão seguir as nossas existências até aos últimos dias. Por mais viagens que façamos, por mais vezes que possamos ir a Roma, recordaremos sempre aqueles dias em que, pela primeira vez, viajámos para longe de casa com os nossos amigos da altura. Pelo menos eu sinto assim.

Quanto à apreensão no futuro depois de dias tão perfeitos, chamemos-lhe depressão pós-férias, chamemos-lhe o que quisermos, esta é compreensível, e eu, desde sempre que a senti. Racionalmente é claramente estúpida, mas os sentimentos terão alguma vez sido racionais? O fim de uma etapa implica certamente esta nostalgia do passado, e será isso que torna cada etapa distinta de todas as outras e nos permite recordá-las para sempre.

Começa uma altura de trabalho, por oposição aos dias despreocupadamente prazerosos que passámos. Que se ouça o tiro provocado pela explosão do Champagne e que este licor a jorrar nos copos da vida nos faça brindar a um futuro que promete ser preenchido de vitórias, derrotas, aprendizagens e tudo o mais, mas no final das contas, sempre positivo.

Obrigado por tudo, canalha!

27/08/2009

Michael e o Sistema Judicial I

Michael Lopes foi assaltado à coisa de 5 meses, mais coisa, menos coisa. Um indivíduo qualquer (chamemos-lhe "X") abeirou-se dele. Escusando-nos a pormenores profundamente desinteressantes respeitando à abordagem e ao modus operandi da coisa, o importante é que um telemóvel até aí da posse de Michael passou a ser pertença de X (mais pormenores neste post).
Tudo ficou resolvido na cabeça de Michael com a substituição do telemóvel subtraído, com a excepção do óbvio trauma.
14h00. Toca o telefone. Foi requerida a presença de Michael na Esquadra de Pombal da PSP. Ao que parece o pobre telemóvel desaparecido, desgostoso por Michael não ter tomado todas as providências e ter ido ao fim do mundo para o encontrar, voltou para o tramar.
Passando a descrever a trama: X assalta mais uma vítima (chamemos-lhe "Zé") na sua caminhada de terror pelo maravilhoso mundo da delinquência. Porém, dotado de testículos bem mais recheados que os de Michael, Zé resiste, corre, luta, e consegue valoroso prémio: a mala/pochette de X (referência para o uso da palavra pochette e ainda para o facto de X, apesar de bandido, usar tal acessório de moda, não pela relevância de tais factos, só mesmo pelo quanto são divertidos). Mas adiante. Na mala/pochette de X, Zé encontra um objecto, a saber, o ex-telemóvel de Michael. Zé apresente queixa. Zé é um indivíduo exigente. Insatisfeito com o troféu que conseguiu, pretende mais. Pretende apanhar não só a mala/pochette de X, quer X numa travessa a gritar misericórdia. Na sequência da investigação promovida pelo CSI à portuguesa, chega-se à conclusão que o telemóvel encontrado está no nome de Michael.
Turn-over na trama! Os investigadores do CSI da PSP suspeitam que X e Michael Lopes são uma e a mesma pessoa. Conclusão fácil de compreeder.
  • A mala/pochette encontrada é de X.
  • O telemóvel amaldiçoado está na mala/pochette.
  • Logo, o telemóvel é de X.

No entanto, a vida real é, infelizmente, muitíssimo mais complexa. Michael é chamado a depôr. Primeiro na qualidade de testemunha. Mas na cabeça do agente que conduz a entrevista (chamemos-lhe desta feita "Agente Marcelo") a situação é clara: à sua frente irá surgir-lhe perigoso fora-da-lei, um indivíduo sem sentimentos, que dedica a sua vida ao crime, entre dois goles de whisky e noites tórridas de sexo com mulheres de seios torneados, atraídas pela adrenalina da vida deste. E depois aparece Michael. A desilusão é óbvia, estampada na cara de Agente Marcelo. Ou os bandidos modernos têm um metro e sessente e pouco, ou esta vai ser uma tarde monótona. A suspeita cai por terra. Ou por X ter 20 e tal processos em aberto, ou por Michael ter imediatamente pedido piedade e ter justificado o brutal assassinato das melgas que povoam a sua morada com o picotado que preenche o seu corpo e lhe provoca uma terrível comichão. Adiante. Gorada a hipótese de brincar aos polícias a sério, com murros na mesa e em Michael numa sala sem janelas, Agente Marcelo começa a preencher o depoimento. Luta por conseguir traduzir em palavras o que o relato mirambolesco que Michael partilha com ele lhe sugere. Terminadas as formalidades, Michael despede-se de Agente Marcelo com um aperto de mão e a certeza de um reencontro com semelhante figura de autoridade em Coimbra, onde o mítico assalto ocorreu.

Michael sai da esquadra. Os seus membros tremem. A sua primeira vez com o sistema judicial foi tão intenso quanto sonhara. É testemunha num Processo-Crime. E ao ritmo a que pula e avança a Justiça do país em que vive, mais capítulos povoarão o futuro de Michael na sequência do já badalado Crime do Avenida na Sá da Bandeira.

Enfim, acontece-me tudo...

18/08/2009

As Máscaras

É difícil definir-se. É fácil a análise forasteira. É difícil vestir a pele que de nós esperam e estar à altura dela, seja ela qual for. Todos nos disfarçamos. Ninguém é genuíno. O disfarce que vestimos é um fardo. Torna-se aquilo que somos sem nunca o sermos. E nunca mais pode ser despido. Todos os dias o vestimos e tentamos torná-lo o mais perfeito possível. Espera-se de nós que ele seja cada vez mais trabalhado. Mas porquê? Seria tão mais fácil podermos ser nós mesmos, sem máscaras, sem nada. Mas será possível? A vida é um reles truque de ilusionismo. Tentamos ser todos mais bonitos e correctos que realmente somos. Mas qualquer ilusão só existe até se desvendar o seu segredo. E com o tempo a ilusão cai. Todos caímos. Todos temos fraquezas e elas acabam sempre se mostrar. Basta olhar com atenção. E perdemos o mistério. Qualquer piada só tem relamente graça uma vez. Quanto mais recorrente, mais gasta. E a cada dia nos gastamos. Aos nossos olhos, que são sempre os que mais abarcam, e inevitavelmente aos dos outros. Perdemos o encanto do primeiro dia, tornamo-nos repetitivos e vulgares. Tornamo-nos previsíveis e perdemos o encanto. O nosso nome passa a ser mais um e não o nome. Tentamos tornar-nos únicos e passamos a vida a sublinhar que somos irrepetíveis. Mas a verdade é que somos todos iguais. Inventamos línguas, credos e regras para nos diferenciarmos quando na verdade, despidos de tudo, nada nos distingue. Fazemos as mesmas coisas. Somos rotineiros. Tirando todas as máscaras todos somos iguais. O rico come, o belo bebe. O pobre e o feio idem. Da mesma forma ridícula, seja com as mãos ou com talheres de prata. Da boca para a frente o caminho é o mesmo e nos dois acaba em merda. Inventamos palavras para nos afastarmos e sermos o mais exclusivos possíveis. O rico tem uma mansão, o pobre uma barraca. Mas em última instância, ambas servem o mesmo prepósito. Todos morremos e acabamos comidos pela terra. Com a mesma dignidade (ou falta dela). Duvido que os bichos tenham o cuidado de saborear melhor a carne do geneticamente abençoado do que a do fisicamente repugnante. Não sabendo muito bem como acabar o que sabe-se lá como começou, talvez um ponto final sirva.

22/07/2009

Sensodyne

Sensodyne. Recomendado por Dentistas.

É que neste anúncio televisivo nem se dão ao trabalho de pôr aquelas estatísticas dos 8 em 10 dentistas ou assim. Não. Só mesmo Recomendado por Dentistas. Isto dá um bocado a sensação que o facto de serem dentistas a recomendar é irrelevante. Que um 'Sensodyne. Recomendado por Mecânicos Chapeiros.' ou um 'Sensodyne. Recomendado por Astronautas.' encaixava igualmente na perfeição (quarenta anos da alunagem em Julho de 1969!). Se bem que às tantas é capaz de resultar melhor que os dos 9 em 10 médicos ou farmacêuticos. Porque a mim, esses anúncios deixam-me a pensar é no que o décimo inquirido viu no produto que inviabilizou o seu apoio...
É, é capaz de ser melhor dizer só Recomendado por Dentistas. Nem que seja o dentista lá da esquina que mora na Carrapichana e dá consultas num terceiro andar abaixo do rés-do-chão, numa cave sem saneamento. Já venho, vou comprar um tubinho de Sensodyne Pró-Esmalte. Até logo.


14/07/2009

A Ironia dos Jogos da Lusofonia

Enquanto praticava o desporto mais famoso do mundo sedentário - o zapping - e passei pela RTP1, estava a passar o jogo Portugal X Moçambique, relativo à 2ª jornada do torneio de futebol da 2ª edição dos Jogos da Lusofonia, competição que visa premiar os melhores talentos desportivos do mundo lusófono. Não pude, todavia, deixar de reparar que no canto superior esquerdo da televisão, onde se exibe o estado do marcador do jogo, bem como o esgotar do tempo de jogo, se lia o seguinte:

  • POR 0 - 0 MOZ 64:29

Ora, o que me causou mais estranheza não foi o facto de a selecção portuguesa (ainda que de sub-21) continuasse sem marcar golos ao segundo jogo, após defrontar duas potências futebolísticas mundiais, a saber, Cabo Verde (com quem perdeu 1-0) e Moçambique, nem tão pouco o facto de na equipa portuguese pontificarem nomes como o guarda-redes Trigueira, o central Bura ou o avançado Licá. Não. O que me deixou maravilhado, foi o facto de no marcador aparecer MOZ como abreviatura de Moçambique. Nuns jogos de exaltação do mundo lusófono, é curioso que o nome de um país apareça com a respectiva abreviatura inglesa.

Fica o reparo. Daqui a três anos podiam chamar à competição Lusofonic Games 2012 ou qualquer coisa do género.

13/07/2009

O Dente do Siso

Sim, caros (3) leitores. Está neste preciso momento a crescer-me o dente do siso, desabrochando lentamente como as coisas importantes, rupturando sem dó o meu frágil maxilar. Este simples (e doloroso) facto trouxe-me ao vosso convívio. Mesmo quando começei a pensar que me livrara de dentes a cair e afins (que muita chatice dão nos 10 aninhos), aparece-me este bandido a gritar "Pensavas que não vinha, né?". Mas veio mesmo.

De qualquer forma este post é de cariz meramente informativo, uma vez que aprecio partilhar estas pequenas preciosidades do meu dia-a-dia, como este culminar da minha transição do mundo dos adolescentes ao mundo dos jovens-adultos (nome bonito, já agora, muito numa de 'nãooo, ainda não sou adulto! Sou jovem-adulto! A ver se consigo prolongar estes anitos mais um bocadito...').

Ficam só umas fantásticas a valiosas curiosidades sobre este dentinho lindo, do siso, ou pomposamente, terceiro molar.

  • Com a cada vez mais diminuta necessidade de usar os dentes para cortar alimentos devido à criação de utensílios de corte, estes dentes encontram-se em vias de extinção, tendo sido muito útil, todavia, ao Homem pré-histórico;
  • A arcada maxilar tem vindo a diminuir de tamanho devido à inutilidade deste dente falhado, causando o seu aparecimento problemas às pessoas fixes e crescidas a quem ele aparece (como eu) porque:
  1. Empurra os outros dentinhos, uma vez que, como qualquer molar, quer o seu espacinho;
  2. Se encontra em local de difícil higienização pudendo causar infecções.

Para evitar os problemas acima descritos, impõe-se um problema maior ainda, que implica arrancar este dentinho malfadado, o que, efectivamente, dói. E a dor provoca-me sofrimento. E eu não gosto de sofrer. Logo não gosto do meu (ainda singular) dente do siso. Premissas verdadeiras, conclusão acertada!

E pronto. Era isto que queria dizer. Bem-hajam, caros visitantes.

P.S.: Atentem na mudança do provérbio popular no canto superior direito, que me parece de assinalável verdade.

19/06/2009

Uma Fotografia

Hoje dei por mim a fazer uma revista dos últimos quatro anos da minha vida. Dei por mim a ver fotos que já não via quase há tanto tempo quanto elas têm de vida. Por mais cliché que possa parecer, e é, o tempo passa a correr. Mas o que realmente me motivou a escrever mais este breve texto é o poder da fotografia. É inacreditável como uns míseros píxeis (ou lá do que raio são compostas as fotos), organizados com exclusiva preocupação de, com as suas cores, retratar fielmente o momento em que o 'click' se deu podem despertar tantos sentimentos. Ao rever cada uma daquelas fotos ri-me, senti-me nostálgico, senti o peso do tempo passado, senti que cresci e estou diferente. Senti cada foto (que ao fim e ao cabo é uma coisa) da mesma forma que senti aqueles momentos, com a mesma emoção. Senti, obviamente, saudade. Senti que tenho os melhores amigos do mundo.


Comemorando-se hoje o Baile de Gala da Escola Secundária de Pombal, fica a recordação, em 2007, foi assim, e foi muito bom. (Na foto, Diogo Martins, Michael Lopes, Rui Gameiro, Class of 07!)

15/06/2009

Estudar

Estava a estudar, e como é óbvio, nesses momentos o meu espírito pode estar em qualquer sítio excepto no sítio onde devia estar: concentrado nos livrinhos que estão à minha frente. E num desses momentos de singela reflexão cheguei à conclusão que o estudo me prostitui. Sempre que acordo e penso que tenho que estudar, sinto me deveras fodido e quando vou para a cama depois de um dia de estudo, mais fodido me sinto. Concluindo, em época de exames, estou sistematicamente fodido, que nem uma bela puta. Fica a reflexão! :)

13/06/2009

Equação dos Exames

Duas Semanas + Anatomia II + I.M. II + B.C.M. II + Bioquímica II + Biofísica + Sociologia Médica = (Exames em Recurso - Bodo 2009)

05/06/2009

Eleições Europeias e Ignorância

'Eu vou levar este galo para Bruxelas porque tem nele escrito a missão a que me proponho no Parlamento Europeu: dar Tudo Por Portugal.'
E foi assim que, depois de decorar um Galo de Barcelos com o slogan do CDS, Nuno Melo, cabeça-de-lista do referido partido ao Parlamento Europeu cometeu a mais bela gaffe da campanha, pelo menos na minha opinião. É que eu posso não perceber muito de política europeia, mas Sr. Deputado Nuno Melo, o Parlamento Europeu, tem a sua sede em Estrasburgo, França.
Fica o singelo reparo.

31/05/2009

Sinto Muito

Li Sinto Muito, de Nuno Lobo Antunes, nascido e criado no seio de uma das mais brilhantes famílias portuguesas. Nuno Lobo Antunes é médico, Neuro-Oncologista Pediátrico, e lida com a morte diariamente. Lida com a morte, mas na sua forma mais cruel. A morte precoce, a morte antes do tempo. A morte quando ainda não era suposto. Quando ainda havia muito para ver, sentir, viver, experienciar. A perspectiva que Nuno Lobo Antunes nos proporciona não é a perspectiva do médico que debita casos interessantes com que se deparou nos vários anos de exercício. Ao invés, mostra-nos o lado mais humano da Medicina, o lado mais nobre. O sofrer com cada caso. Cada paciente deixar de ser o simples número na sua ficha e passar a ser o João, o Mário, a Maria, a Joana, pessoas que passam a ser família. Diga-se de passagem que o bom médico, aquele que é atento e preocupado, que se envolve sentimental e inevitavelmente com o sucesso dos seus doentes acaba por passar mais tempo com eles do que com a própria família, muitas vezes. Nestas condições, a ligação emocional é óbvia e salutar. Somos bichos sociais, como sempre ouvi dizer. E haverá forma mais nobre de o ser, senão quando o semelhante mais necessidade tem de um ombro, uma palavra, um sorriso? Creio que não.
Como relata António Damásio, que prefaciou o livro, as palavras escolhidas por Nuno Lobo Antunes, Sinto Muito, são profundamente diferentes de um simples Lamento. Sinto Muito. Sinto. Sinto dentro de mim. Por mais que ande, tente esquecer, sinto, e não o consigo evitar. Mas para além de sentir, sinto muito. Sinto muito a tua ausência depois de tantos dias, meses a acompanhar a tua luta. Que merecias vencer, por tudo o que superaste.
É este tipo de sentimento que desperta a leitura, conseguindo compreender a angústia do médico vocacionado para a ajuda ao próximo, a dor provocada na perda, sentida com tanta intensidade como se uma parte de nós morresse. E depois a pedagogia. Como tornar a dor o mais suportável possível, como lidar com ela, como olhar em frente, mas com o peito gravado por todos aqueles que inevitavelmente conosco permanecem. Deixo um excerto abaixo e recomendo a leitura. Principalmente a presentes e futuros médicos. Sem dúvida, uma lição.
"Lembro-me bem do dia em que nos vimos. Terminara a adolescência, puzzle acabado de fazer, pintura de bocadinhos perfeitos, encaixados uns nos outros. Olhar sem sombras, sorriso sem ironias. Não vinhas sozinha, claro. Como princesa, uma corte de família, adorada pelos adultos, que em ti viam reflectida a imagem da graça. Sempre achei que te anunciavam aqueles tubinhos chineses, que tilintam, com as brisas, com o fresco.
E no entanto, fui obrigado a conversas sérias. Falar de cancros, do cérebro, suas manias e hábitos. Escrevi para a Universidade para garantir descontos. Assegurar a professores que o teu coração valia vinte. Que desculpassem falhas e faltas, que aquela menina estava doente.
Portaste-te bem nos primeiros tempos. O tumor retirou-se envergonhado, que não tinha sido convidado. Mas ficou à espreita, o pirata. E tu distraíste-te filha. Não nos podemos distrair. E surgiu de novo o malandro, fazendo pirraças, dedos em leque na ponta do nariz. E avançou mais um pouco. Instalou-se na tua sala de visitas, bebeu copos, fumou charutos, tomou conta. Invadiu. Juro que não lhe dei licença. Gritei: «fora, fora», enxotei-o com toda a força. O vadio riu-se de mim, fez-me manguitos, mostrou os dentes.
Há coisas que se não fazem a quem tem vinte anos. (...) Gostava tanto de ti. E ofereci-te dois venenos. Jurei que com mezinhas viverias mais dois anos, e depois dirias adeus às praias, aos teus cães, aos namorados. A alternativa, assegurei, era o transplante. Tratamento arriscado, envenenamentos sucessivos com peçonhas e sucos. (...)
Foste pensar. (...) Disseste que sim. Que eras criança, e que do teu lado estariam fadas e duendes, cavaleiros andantes de armaduras reluzentes. (...)
Foste-te embora à deriva. (...)
Chorei tanto, Jennifer, tanto. Olha, chorei tanto que os teus pais tiveram pena de mim. Verdade! Pegaram-me no braço, beijaram-me na face. E eu, minha querida, perdido. Perdido de dor e de remorso. E de saudade. Não sei se sabes o que é um poço. Um poço é o inferno, o lado de lá da vida. O escuro, a falta de ar. Preciso de sol para gostar da vida. Os teus pais, coitados, puxavam-me para cima e apanhavam bocados de mim, espalhados pelas pedras da igreja."
E sente-se cada lágrima derramada pelo autor. Mais uma vez, uma lição.

29/05/2009

O "Caso Alexandra"

Depois de ver nas várias agências noticiosas nacionais peças sobre este caso fiquei em dois estados adjectivamente qualificáveis: destroçado e curioso. Destroçado, por ver a pobre Alexandra, de 6 anos, note-se, a ser arrancada à única família digna desse nome que alguma vez tinha conhecido, num degradante espectáculo mediático (degradante, mas que não deve ser censurado, digo eu). Por outro lado, e como referi, a minha curiosidade foi desperta, no sentido de acompanhar os desenvolvimentos. Depois do chamado Caso Esmeralda, pensei que se tivesse despertado uma maior consciência, por um lado, social (com a coisa das 200.000 assinaturas entregues no parlamento pela Dra. Maria Barroso), por outro, jurídica (se é que se pode a expressão consciência jurídica, mas como qualquer leigo, dou-me ao luxo de inventar). Se a primeira consciência acredito que tenha florescido entre nós, penso que a segunda continua de mãos atadas por uma Legislação que não permite decisões menos punitivas para os únicos inocentes, as crianças, exilando-as, em dias de festa, na Rússia. Contudo, continuo a ser um leigo a mandar bitaites sobre Legislação.

Mas o que realmente me traz a este convívio é uma simples frase proferida num debate subordinado ao mesmíssimo tema que este breve texto, que vi na sequência do espicaçar da minha curiosidade.

Na passada quinta-feira, após o Jornal da Noite da SIC, atentei ao programa Aqui e Agora, que como sabem, consta de um debate sobre temas da actualidade, moderado por Rodrigo Guedes de Carvalho. Para além dos pais afectivos da criança, estavam presentes no estúdio o advogado Rogério Alves, o psicólogo Eduardo Sá, a Presidente do Instituto de Apoio à Criança, Manuela Ramalho Eanes e o Presidente do Instituto da Segurança Social, Edmundo Martinho. E foi este o dono da preciosidade que relato.

Justificando o acima referido degradante espectáculo mediático, aquando da entrega da Alexandra à mãe biológica - estando esta literalmente aos gritos e a chamar pelo pai afectivo - o Dr. Edmundo Martinho disse o seguinte:

"Eu tenho que dizer alguma coisa, porque obviamente as imagens que vimos no início são imagens que nos chocam a todos, mas as imagens que vimos corresponderam a uma situação que não correspondeu àquilo que estava acordado. O acordo que estava feito entre os advogados de ambas as partes - o advogado do lado da mãe da criança e o advogado da Sra. Dona Florinda e do Sr. João Pinheiro - era que fariam a entrega entre ambos às 8h30 da manhã. Para evitar toda esta perturbação que se gerou."

E eu concluo que este senhor é apologista de que o que os olhos não vêem, o coração não sente. Entregava-se a criança de manhãzinha, com toda a gente ainda a dormir, porque se ninguém visse, ninguém levantava a voz. Escandaloso, digo eu! Lembrou-me um pouco o Provedor da Casa Pia, Luís Rebelo, à data do escândalo, referindo que se existia em centenas de profissionais apenas um pedófilo, não seria relevante em termos estatísticos. Enfim.

P.S. (1): Nota humorística para o facto de o Sr. João Pinheiro, pai afectivo da pequenina, ainda viver uns bons anos atrás, a julgar pelos seus conhecimentos de Geografia, tendo referido no mesmo espaço televisivo, e cito, "(...) e vou-te espetar lá pr'á União Soviética e depois eles que se entendam!".

P.S. (2): Para quem perdeu ou quiser rever o debate, ele encontra-se aqui.

23/05/2009

Viagens IV

Lisboa

O que Lisboa ganha em História, perde em delinquência. Sublinho a pena que é disfrutar de uma esplanada mergulhada na vista sobre o Tejo e Cristo-Rei (uma das mais belas vistas que já vi), a escassos metros de um banco ocupado por jovens na 'má-vida', ruelas pintadas simultaneamente com a História de centenas de anos e com a tinta de latas de spray. Apesar disso, uma cidade muito bonita e a revisitar.


Beyoncé

De longe a melhor parte da viagem (pelo menos em termos estéticos)!


Bairro Alto

Depois de tanto ouvir falar, a minha conclusão é que são necessárias várias visitas para conhecer efectivamente a noite que aí se vive, uma vez que uma é insuficiente. Esta última frase será válida não só para o Bairro, mas para o resto da cidade.

17/05/2009

O Maravilhoso Mundo da Objectofilia

"De modo algum somos meros fetichistas", insiste Joachim A., e explica imediatamente a diferença: "Para algumas pessoas, seu carro torna-se um fetiche que elas usam para se colocar em destaque. Para o objectum-sexual, por outro lado, o carro em si - e nada mais - é o parceiro sexual desejado, e todas as fantasias sexuais e emoções se concentram nele". Hoje com 41 anos, ele diz que reconheceu e aceitou sua inclinação quando tinha apenas 12. Foi então que mergulhou "num relacionamento emocional e fisicamente muito complexo e profundo, que durou anos". Seu parceiro na época era um órgão Hammond. Agora tem um relacionamento firme com uma locomotiva a vapor, há vários anos. Como ele é excitado sexualmente pelos mecanismos internos dos objectos, empregos como técnico levaram-no muitas vezes à infidelidade."
E aqui está uma temática revestida de capital importância na minha óptica. Mas do que visitar monumentos, há que vivenciá-los, no sentido mais profundo - literalmente - da palavra. E não brinquemos: a humanidade e as pessoas são claramente sobrevalorizadas. Eu nunca vi a Torre Eiffel a partir o coração a quem quer que seja, ou o Empire State Building a virar-se para o respectivo e dizer que precisava de um tempo... Não me parece que uma frase do tipo "Gosto de ti, mas como amigo" possa sair da "boca" da locomotiva a vapor que faz feliz Joachim A. Neste sentido, as relações entre objectófilos e os seus respectivos cônjuges (já que alguns casaram e adoptaram os nomes de monumentos e afins) parecem-me apontadas a um inevitável sucesso. Creio que aqui está um caso a ponderar... Até porque aqueles semáforos ao pé do Cartola deixam-me num estado, upa upa!

10/05/2009

Tudo Normal

Amanhã começam as aulas outras vez depois da interrupção da Queima, dá o 'Prós E Contras' e o F.C.Porto acorda com mais um título na algibeira. Com um bocado de sorte o Benfica despede o Quique, e a vida cá em Portugal começa-se a tornar demasiado monótona... Tenho que emigrar!

09/05/2009

Balada da Despedida do 6º Ano Médico

Canto noite fora, alma dentro;
Sinto que a Coimbra me entrego;

Tempos d’oiro, leva-os o vento;
Minha mágoa, o Mondego.

Eis que chega a hora de partir;
Hora derradeira do adeus;
Levo na memória;
Risos, prantos, histórias;
Coisas que não esqueço;
Peço só poder voltar...

Choro este sonho que se acaba;
Sonho de que acordo, triste fado;
Dos meus ombros solta-se a capa;
Dos meus olhos, a saudade...

25/04/2009

Pedagogia I

Porque este também é um espaço de pedagogia e não apenas de 'rambóia', aqui ficam umas dicas:

  • Desconfiem de pessoas com brincos que possuam garrafas partidas;
  • Se elas apontarem essas mesmas garrafas partidas ao vosso corpo, provavelmente vão acabar a noite com os bolsos mais leves;
  • Quando as pessoas com brincos e garrafas partidas apontadas a vocês vos pedirem o telemóvel, o melhor é darem
  • Não ofereçam resistência. :)

17/04/2009

A Temática do Piaçaba

É com muito orgulho que tenho o prazer de anunciar que este blog se junta à bela e muy nobre causa do piaçaba. A partir desta significativa hora, existe mais um soldado na linha da frente da protecção a esta palavra muito sui generis com a vida cada vez mais ameaçada pelos avanços do pouco simpático diminutivo "piaçá". Lanço ainda o repto e espero que esta atitude continue o seu caminho e mais seguidores se lancem nesta hercúlea tarefa de protecção do património oral português. Tenho dito.

13/04/2009

"I came up with a new game-show idea recently. It's called The Old Game. You got three old guys with loaded guns onstage. They look back at their lives, see who they were, what they accomplished, how close they came to realizing their dreams. The winner is the one who doesn't blow his brains out. And he gets a refrigerator."

In Confessions of a Dangerous Mind

12/04/2009

Sem Título I

A sensação de não saber se se deve falar ou ficar calado. Não saber qual das opções será melhor. Não fazer ideia do que a cabeça pensa, quando o coração permanece calado, ou porque não tem nada para dizer, ou porque não quer falar. Não saber como reagir perante isso, querer gritar, mas reprimir por medo de estragar ainda mais. Não saber se surge um sorriso e um suspiro, ou apenas um vazio quando as palavras são ditas.

E depois custa. Cada recordação, cada lembrança da ânsia que eu sentia naqueles dias, cada música ouvida, cada pensamento, tudo se torna penoso na distância em que ficaste, não por estares longe, mas por estares "longe". Por estares mais longe. Por não haver distância alguma que te pudesse afastar tanto. Por não haver nenhuma distância a percorrer que me leve a ti. E por não conseguir parar. Virtude ou defeito, não consigo "limpar o olhar das lágrimas, engolir em seco, e seguir em frente". Não depois do que senti. Não depois de tudo.

Até porque por mais afastado de ti que possa estar, "o amor é cego, mas vê muito ao longe".

11/04/2009

Wonderwall - Oasis

And all the roads that lead to you were winding,
And all the lights that light the way are blinding,
There are many things that I would like to say to you,
I don't know how...

I said maybe,
You're gonna be the one who saves,
And after all,
You're my wonderwall.

Para bom entendedor!...

09/04/2009

Viagens III

Guarda, e o resto são sentimentos. E são meus.

04/04/2009

"Assuntos pessoais" levaram Grimi à esquadra

Leandro Grimi, defesa-esquerdo argentino do Sporting, "apresentou-se na esquadra, na madrugada desta quarta para quinta-feira, de livre e espontânea vontade, a fim de esclarecer questões do foro pessoal". Uma informação avançada ontem ao final da tarde, ao DN, pelo director de Relações Públicas da Polícia de Segurança Pública, Paulo Flor, que assegurou que o atleta sul-americano nunca foi, em nenhum momento, alvo de qualquer espécie de detenção.

(...)

Segundo as palavras de Paulo Flor ao DN, "o jogador Grimi não foi detido. A Polícia de Segurança Pública [PSP] confirma, efectivamente, que o futebolista esteve na esquadra da PSP da Gare do Oriente [na zona da Expo, em Lisboa], na madrugada de quarta para quinta--feira. Grimi apresentou-se na esquadra de livre e espontânea vontade, a fim de esclarecer questões do foro pessoal. Esclarecidas estas mesmas questões, o defesa-esquerdo do Sporting seguiu o seu destino. Tudo se terá passado entre as cinco e as seis da manhã do dia 2 de Abril [quinta-feira]. Não foi apresentada qualquer queixa contra o argentino Leandro Grimi", afirmou Paulo Flor ao DN.

(In DN, 4/4/2009)

Sou só eu ou isto não bate lá muito certo? Quer dizer, todos temos com toda a certeza assuntos pessoais, mas ir resolvê-los entre as cinco e as seis da manhã? Opa eu ainda não fiz o Cartão do Cidadão, mas quando pretender fazê-lo acho que não vou escolher as 4h da manhã para ir visitar a sede da Loja do Cidadão mais próxima... Ai Grimi, Grimi!

03/04/2009

Divagações II

Que é extremamente fácil e indubitavelmente sugestivo humorizar a figura em que Manuela Moura Guedes se tornou, é um facto. Desde a sua notável mobilidade e expressividade bocal até às feições indistintas que deixam qualquer telespectador a pensar que raio de intervenção cirúrgica terá possibilitado o aparecimento de tal ser humano, tudo serve.

Mas não é nenhum destes assuntos que me trazem ao convívio das pessoas (3 ou 4, julgo) que visitam esta muy nobre e virtuosa página, mas sim a falta de rigor jornalístico e isenção que demonstra. Posso desde já assegurar que não nutro de qualquer afeição especial por qualquer partido político, com ou sem assento parlamentar. Mas que consigo compreender quando no passado Congresso do Partido Socialista o Primeiro-Ministro José Sócrates falava, e cito, em "manipulação" feita por certos jornalistas em determinados noticiários, consigo sem dúvida, e não posso deixar de concordar com Sua Exª.

São sobremaneira absurdos os comentários de café que Manuela faz após apresentar cada notícia, expressando a sua opinião pessoal (espero eu, de outra forma expressa a opinião do canal e, assim, além de um canal BenficaTV, temos igualmente um OposiçãoTV em sinal aberto) manipulando o espectador de uma forma que roça o escândalo, digo eu. Desafio todos os meus distintos leitores a ver um destes belos noticiários, atentando nas partes em que Manuela sugere que o Governo é X ou Y, que pela enésima vez cometeu isto ou aquilo, e que age de má fé, and so on, and so on.

Mas lá que é uma mulher "divertida" e que o Jornal de 6ª põe os Gato Fedorento a um canto, lá isso põe!


28/03/2009

Viagens II

400 quilómetros, 400 dúvidas, 400 lembranças, 400 desejos, 400 desilusões, 400 desejos, anseios e esperanças.

P.S.: Semana Académica da UBI, muito bom! Uma noite muito boa mesmo.


27/03/2009

I'll Be There For You - The Rembrants

No one could ever know me
No one could ever see me
Seems you're the only one who knows
What it's like to be me
Someone to face the day with
Make it through all the rest with
Someone I'll always laugh with
Even at my worst I'm best with you, yeah

It's like you're always stuck in second gear
And it hasn't been your day, your week, your month, or even your year, but:

I'll be there for you
When the rain starts to pour
I'll be there for you
Like I've been there before
I'll be there for you
'Cuz you're there for me too.

22/03/2009

Get Smashed Gate Crash - Hadouken!

Welcome to our world, we are the wasted youth.
And we are the future too.

Lost - Coldplay

Just because I'm losing,
Doesn't mean I'm lost,
Doesn't mean I'll stop,
Doesn't mean I will cross.

(...)

I just got lost,
Every river that I've tried to cross,
And every door I ever tried was locked
Oh,
And I'm just waiting till the shine wears off.

20/03/2009

Not Tonight - Krezip

It might be better to be alone, now and then,
but not tonight, let me know, let me know, that you care.
Maybe I'll try to let you go, maybe I'll try to let you go,
but not tonight, I need you so, I need you so,
it's not fair.

16/03/2009

Viagens I

Na MusicBox, no Cais do Sodré, The Human Abstract, The Chariot e Protest de Hero foi qualquer coisa. Principalmente os últimos, definitivamente uma das minhas bandas favoritas. Pena o espaço não ser o melhor, mas ainda assim foi mesmo inesquecível. Fica abaixo uma pequena amostra.


http://www.youtube.com/watch?v=ypCdGNe3Bvs

05/03/2009

Divagações I

A partir do momento em que começa, tudo, sem excepção, tende para o fim. A felicidade depende da forma como cada um lida e consegue estar preparado para o fim.

24/02/2009

Coisas

Umas vezes adormecido, outras de olhos bem abertos, sonhar, sempre.


E uma citação a que achei bastante piada:

"Finance is a gun. Politics is knowing when to pull the trigger."

In The Godfather: Part III

22/02/2009

Cenas.

I want you to be yourself. You know, boy, guilt is like a bag of fucking bricks. All you gotta do is set it down... Who are you carrying all those bricks for anyway? God? Is that it? God? Well, I'll tell you, let me give you a little inside information about God. God likes to watch. He's a prankster. Think about it. He gives man instincts! He gives this extraordinary gift and then - what does he do? I swear - for his own amusement - his own private cosmic gag reel - he sets the rules in opposition. It's the goof of all time! Look. But don't touch! Touch. But don't taste! Taste. Don't swallow! And while you're jumping from one foot to the next, what is he doing? He's laughing his sick fucking ass off! He's a tight ass, he's a sadist, he's an absentee landlord! Worship that never!

Al Pacino in The Devil's Advocate.


E está lançada a primeira pedra desta jornada.